Um dos políticos mais influentes do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), 47, voltou à presidência do Senado neste sábado (1º) para um novo mandato de dois anoscomo jogar o jogo do tigrinho, em um arco de alianças que vai do PT ao PL.
O senador volta ao comando da Casa defendendo as emendas emendas parlamentares, em meio à crise com o STF (Supremo Tribunal Federal), que barrou esses mecanismos sobretudo pela falta de transparência.
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A queda de braço escalou em dezembro, com a decisão do ministro Flávio Dino de acionar a Polícia Federal para apurar suspeitas de corrupção. O próprio partido de Alcolumbre, União Brasil, está na mira da PF, por meio da Operação Overclean.)
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O senador amapaense obteve os votos de 73 dos 81 senadores. Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) tiveram, cada um, o apoio de quatro senadores.
tigre jogosAlcolumbre teve a seu favor o terceiro maior placar em eleições para o Senado desde a redemocratização. Mauro Benevides (1991) e José Sarney (2003) foram eleitos anteriormente com 76 votos.
Mesmo fora do cargo há quatro anos, o amapaense manteve forte influência no Senado por meio de seu sucessor e afilhado político, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Teve voz relevante na indicação de dois ministros no governo Lula (PT) e manteve o controle sobre a distribuição de emendas parlamentares para seus colegas.
Minutos após ser eleito, o novo presidente do Senado foi cumprimentado por telefone pelos dois maiores líderes dos campos políticos atuais, o presidente Lula e o antecessor Jair Bolsonaro (PL).
Em seu discurso como candidato, Alcolumbre se direcionou ao público interno, com recados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e referências à tensão com a corte em torno do bloqueio de emendas parlamentares.
"É essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro", afirmou.
Após se tornar presidente, ele manteve o mesmo tom crítico com o poder judiciário. Disse que vai buscar o diálogo, mas "defendendo incondicionalmente a independência do Senado".
Receba Até R$ 1000 de Bônus - Até R$1000 Para Novos UsuáriosO novo presidente da Casa legislativa sinalizou que vai contribuir com o governo do presidente Lula. Disse que vai trabalhar "lado a lado" para apoiar a agenda do Executivo.
"A agenda eleita na última eleição [presidencial] foi a agenda apresentada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhum senador, nenhuma senadora, tem autoridade de atrapalhar a agenda do governo. O governo terá sua agenda totalmente respeitada", afirmou Alcolumbre.
"Aliás, nós vamos ajudar a agenda do governo, no que couber ao Parlamento. Mas nós queremos o direito de dizer que concordamos com isso ou não concordamos com aquilo", completou.
Alcolumbre também buscou acenar para governo e oposiçãocomo jogar o jogo do tigrinho, em um tom de apaziguamento. Criticou a polarização e disse que o Senado não será uma "caixa de ressonância de extremos". Também disse que nenhuma das correntes políticas é "puro anjo ou demônio".